quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Um dia de solidariedade


22 de setembro de 2007, um dia destinado ao lazer, cultura, saúde e cidadania para a população brasileira. O Ação Global que teve início em 2005, mobilizado por algumas empresas em conjunto, tem a intenção de ajudar aqueles que não possuem condições financeiras para bancar serviços básicos como educação, saúde e lazer. Só na Bahia, agora em 2007 foram mais de 46 mil atendimentos.
O Ação Global é caracterizado como a maior mobilização de responsabilidade social do país. Para a população carente é uma oportunidade muito importante, quase única, de tirar 2ª via de documentos, cuidar da saúde, da beleza e se divertir, sem custo algum. Para Josenildes Almeida, de 31 anos, pedagoga, que é voluntária do Ação Global há três anos, ter um movimento como este é bastante válido para a sociedade brasileira. Para ela, “é importantíssimo para a classe mais precária, pois eles necessitam de auxílio, principalmente em relação aos atendimentos médicos e aos documentos, que para muitos custam caro, tendo no Ação Global fácil acesso”.
A faixa etária do público atendido é geral, e a necessidade de atendimento também. Crianças sem certidão de nascimento, adultos querendo 2ª via de identidade, CPF, carteira de trabalho, idosos em busca de novos documentos e, principalmente de assistência médica. Manoel Pires, 59 anos, foi ao Parque de Exposições a passeio, para ver o movimento, já a sua esposa, Adelaide Pires, 54, foi em busca de um otorrino, sentindo fortes dores no ouvido. “O Ação Global é muito bom e ajuda bastante as pessoas de baixa renda como nós. Acho que deveriam existir mais oportunidades como essa”, disse o encanador.
Mesmo com essas iniciativas, ainda existem aqueles não muito satisfeitos. Genivalda de Jesus, lavradora, que mora a 260 Km da capital soteropolitana, disse que movimentos como este são ótimos quando se tem a chance de ser atendido, que não foi o seu caso. “Passei horas na fila e não consegui nada, o jeito é esperar o ano que vem”, falou ela, afirmando não ter condições de pagar para fazer em outro lugar. Isso mostra o tamanho da importância que movimentos como este têm para a vida das pessoas.
Com isso, fica claro que a população brasileira necessita bastante de ações prestativas às suas circunstâncias financeiras. O fundamental é entender que problemas como este têm solução, e podem ser resolvidos em pequenos atos de solidariedade, postos em prática em apenas um dia do ano.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Mania consumista

Estava eu passeando pelo Shopping e notei a quantidade de pessoas com sacolas na mão, olhos grudados nas vitrines, principalmente das lojas “eletro eletrônicas”. Então resolvi procurar saber um pouco mais sobre a tecnologia, essa nova mania da população baiana, ou brasileira. Fiz algumas pesquisas e perguntas a algumas fontes, e percebi então que a tecnologia só faz avançar com o passar dos anos.
Telefones, televisores, eletrodomésticos, e todos os outros produtos tecnológicos estão cada vez mais se aperfeiçoando, facilitando o bem estar do consumidor. Com este
avanço, vem o desejo das pessoas de possuir sempre o melhor, visando um produto e sonhando em tê-lo a qualquer custo. Segundo a psicóloga Maria de Lourdes, de 42 anos, a mídia é a principal responsável por esse sonho de consumo que as pessoas têm. Para ela, a publicidade conduz e influencia o consumidor, utilizando propagandas que “comandam” o desejo humano, como uma forma de “hipnose”.
Exemplo disso é a tv de plasma, que hoje é um dos objetos mais cobiçados pelos consumidores de plantão. O sub-gerente de uma das maiores lojas de eletrodomésticos de Salvador, André Bahia, disse que a procura cresce a cada dia, mas que poucos hoje ainda a possuem devido ao seu
custo, que é muito alto. Algumas lojas facilitam na forma de pagamento, mas ainda fica difícil para a maioria da população baiana. Já Bruno Lacerda, 28 anos, estudante universitário, além do carro, que sempre foi o seu sonho, tem também vários produtos como objeto de desejo. Disse que tem mania de comprar, e que já chegou a procurar ajuda com psicólogos para tratar desse assunto. Isso mostra o lado “ruim” do consumo exagerado. Então cheguei a conclusão de que, ter o melhor hoje é o que importa. As pessoas querem sempre comprar mais e mais, principalmente os produtos que estão “na moda”. Idealizam, sonham, desejam, e acabam consumindo. Mas esse tipo de comportamento deve ser levado a sério, pois pode causar danos psicológicos ao consumidor ou até mesmo ao seu bolso.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Menino levado

Ele tem um rostinho e um jeitinho de menino travesso. Não pára em casa e vive sempre em busca de diversão pelas ruas de Nova Brasília. Com os pés no chão, cheios de barro, Alexandre Vitor Carvalho, de apenas sete anos, conhece cada cantinho do bairro onde vive. Mora com a mãe, Ivonilde Carvalho, de 35 anos, e com mais quatro irmãos, todos entre quatro e 13 anos. O pai vive em uma cidade do interior da Bahia, desconhecida pelo filho, e só aparece de vez em quando, mas Alexandre diz não sentir saudades.
Ele tem fama de briguento e gosta de pirraçar os irmãos, mas com a mãe é diferente. “Tenho medo da minha mãe. Quando ela briga comigo eu corro”, disse o garoto, dando risadas. Mas ele mesmo afirma. “É porque sou muito danado, perturbo demais”. Alexandre estuda pela tarde, na escola Adauto Pereira de Souza, em Nova Brasília. Ele está fazendo a 2ª série e gosta muito de estudar. Pela manhã acorda cedo, para não perder nem um tempo do dia. Vai direto pra rua, atrás dos amigos, mas está sempre em casa na hora certa de ir pra escola. Já sabe escrever algumas palavras e está aprendendo a ler.
E não é só em casa que ele recebe reclamações não. “Minha mãe já teve muita queixa minha da escola. Até lá eu sou ‘pintão’”, disse ele. Quando Alexandre volta da escola, toma banho, faz os deveres de casa e mais uma vez volta às ruas para brincar. Sua maior paixão é a bicicleta. “Brinco com as dos meus amigos o dia todo, mas nunca tive uma, queria muito”, falou com um ar triste. Ele contou que todo ano pede a Papai-Noel, mas nunca teve o seu pedido atendido, por isso não acredita mais. Gosta muito de bola também, joga muito bem. Aliás, além da bicicleta, outro maior sonho dele é ser jogador de futebol. “Queria muito ser igual ao Ronaldinho”, disse. Costuma “bater o baba” no fim de linha do bairro mesmo, em meio aos ônibus, pois o campo de futebol que tem lá é muito longe e perigoso para as crianças da idade dele. “Minha mãe não deixa eu ir, tem medo”, contou ele.
Ele não tem nenhum brinquedo, disse que a mãe dele nunca quis dar, mas se vira como pode. Gosta muito de fazer periquitos, empinar pipa. Brinca com bolinhas de gude, que arranja com uns amiguinhos.
Mas não é só da mãe Ivonilde que ele tem medo não. Alexandre teme ao ver um policial. Começa a chorar, a tremer, a suar, e a pedir pra ir pra casa. “Tenho muito medo da polícia, eles matam”, disse. Acha o bairro violento e vive amedrontado, com receio de sair à noite. Ele disse que “tem muito tiro”.
Alexandre fala em ser jogador de futebol, médico, mas não sabe ao certo o que quer ser quando crescer. Quem sabe não será um ambientalista? Um biólogo? Segundo dona Ivonilde, ele gosta muito de animais, de plantas, e vive se preocupando com a escassez da água. É um menino corajoso, que não tem medo de injeção e agulha. “Já tomei ponto e nem chorei”. E foi rodeado de amigos que Alexandre se despediu, correndo ao encontro dos seus companheiros da bagunça, olhando para trás, sorrindo e falando: “Obrigada tia, hoje foi legal, me senti importante”.



Obs: Perfil de um menino que mora num bairro carente de Salvador. Minha intenção era mostrar os sonhos, desejos e perspectivas desse garoto, para termos noção do que se passa na cabeça de crianças como ele, que se sentem "diferentes" daquelas que moram "do outro lado".

Colégio causou transtorno para alunos e moradores do Stiep

O colégio Edivaldo Boaventura, que fica no Vale dos Rios, bairro do Stiep, próximo ao Centro de Convenções da Bahia, passou por um grave problema de vazamento hoje, dia 03 de Setembro. A escola estava com problemas no banheiro feminino, mas por falta de recursos não teve como tomar providências antes. Vasos sanitários possuíam vazamentos internos, infiltrando água na parte subterrânea da escola, fazendo com que toda água acumulada fosse eclodida para cima, fazendo um grande rombo no chão. Foi água para todo lado.
Segundo Morgana Oliveira, diretora da escola, foram solicitadas várias vezes a ajuda do Estado para o conserto dos banheiros, mas nunca foram atendidos. Ela ainda falou que está mais preocupada por ter prejudicado também os moradores do Vale dos Rios que moram próximo à escola. Por ter sido em grande quantidade, a água acabou saindo da instituição de ensino e invadindo as ruas, impedindo pedestres de andarem pela calçada e até mesmo o tráfego dos carros. Foi um grande transtorno.
Júlia dos Santos é aluna da escola e se diz indignada com a situação. Para ela, são tantos motivos que já levam à suspensão de aula - eleições, vestibular, paralisação, greve -, e agora apareceu mais este. Diferente de Júlia, Diego Costa achou esse acontecimento ótimo. Ele disse que estava mesmo precisando que isso acontecesse para ver se tomavam alguma atitude. Segundo ele, os banheiros do colégio só andavam fedendo, com água empossada. Não é a primeira vez que essa escola traz problemas para os moradores do Stiep não. Em 2004, houve uma revolta dos alunos insatisfeitos com as condições físicas da escola, que se manifestaram de forma violenta, agredindo o colégio e a Praça do Vale dos Rios. Para Fernanda Vasconcelos, moradora do bairro há quase 16 anos, a situação tem que ser contorcida. Ela acha que o Estado, que é o responsável por essa escola, tem que tomar alguma providência em relação à estrutura da instituição, alegando ser a segunda vez que os condóminos são ‘prejudicados’ por causa desse assunto. “Não dá mais para continuar assim”, falou Fernanda, irritada. Agora é esperar para ver no que vai dá. A água já escoou pela vala, os moradores não estão mais tão indignados, mas a principal prejudicada, que é a escola, ainda está esburacada e corre riscos. Basta os “culpados” tomarem alguma atitude, pensando no bem-estar e na qualidade de ensino dos estudantes desta instituição.